A avaliação das escolas estrutura-se em duas categorias: a avaliação interna (autoavaliação), desenvolvida pela própria escola e a avaliação externa, desenvolvida pela IGEC.

À luz do disposto na Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro (sistema de avaliação da educação e do ensino não superior), a autoavaliação da escola tem caráter obrigatório, desenvolvendo-se em permanência e com o apoio da administração educativa.

O Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril institui o “relatório de autoavaliação” como um dos instrumentos de autonomia da escola e define-o como “o documento que procede à identificação do grau de concretização dos objetivos fixados no projeto educativo, à avaliação das atividades realizadas pelo agrupamento de escolas ou escola não agrupada e da sua organização e gestão, designadamente no que diz respeito aos resultados escolares e à prestação do serviço educativo.”

 

A autoavaliação é uma ferramenta vital para ajudar a garantir que o seu ambiente educativo e profissional seja tão eficaz quanto possível, para si e para o seu grupo.

Este momento não precisa de ser um fardo e não precisa de ser complicado – deve simplesmente fazer parte do vosso processo contínuo de discussão, reflexão e melhoria. Não se deseja que seja um ato isolado e depois arrumado na gaveta. Até porque é através da reflexão sobre a prática, sobre as nossas decisões, que poderemos identificar áreas de melhoria, estratégias diversificadas e, depois, perceber o resultado.

Aposte no trabalho de equipa

Uma instituição é sempre tão boa como o pessoal que nela trabalha – são as relações que construímos com as crianças e as suas famílias que estão no centro de tudo o que fazemos. É por isso que é crucial que esta reflexão seja feita como uma equipa e não como algo que o diretor ou coordenação “faz” ao resto do pessoal. Uma grande parte do valor que advém da autoavaliação encontra-se no processo de reflexão conjunta da sua equipa sobre todos os aspectos do seu trabalho.

 

Avaliação interna e autoavaliação das escolas (segundo a Eurydice)

A autoavaliação das escolas é obrigatória e permanente. São instrumentos de prestação de contas o relatório anual de atividades, o relatório de autoavaliação e a conta de gerência – de caráter contabilístico (Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro e Decreto -Lei n.º 75/2008, de 22 de abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 137/2012, de 2 de julho).

A autoavaliação tem como referência os seguintes aspetos definidos a nível central (Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro):

  • grau de concretização do Projeto Educativo;
  • nível de execução de atividades que contribuam para o desenvolvimento da escola;
  • desempenho dos órgãos de administração e gestão das escolas;
  • sucesso escolar;
  • prática de uma cultura de colaboração entre os membros da comunidade educativa.

Deve ainda incluir as conclusões da monitorização da implementação das medidas curriculares, dos recursos e estruturas de suporte à educação inclusiva (art.º 33.º da Lei n.º 116/2019, de 13 de setembro).

São três os órgãos que partilham responsabilidades de avaliação interna: o Conselho Geral, o Diretor e o Conselho Pedagógico.

1 – Ao Conselho Geral cabe:

  • apreciar os relatórios periódicos e aprovar o relatório final de execução do plano anual de atividades;
  • requerer aos restantes órgãos as informações necessárias para realizar eficazmente o acompanhamento e a avaliação da escola e de lhes dirigir recomendações.

Este Conselho pode ainda constituir uma comissão permanente de acompanhamento da atividade do agrupamento.

2 – Ao Diretor cabe:

  • elaborar e submeter à aprovação do conselho geral o relatório anual de atividades;
  • participar no processo de avaliação de desempenho do pessoal docente e avaliar o pessoal não docente.

3 – Ao Conselho Pedagógico cabe:

  • proceder ao acompanhamento e avaliação da execução das suas deliberações e recomendações.

O regulamento interno de cada escola pode ainda prever estruturas que colaboram com o conselho pedagógico e com o Diretor na coordenação, supervisão e acompanhamento das atividades escolares e na avaliação do desempenho do pessoal docente, designadamente para acompanhar e avaliar as atividades das turmas.

A autoavaliação dos professores é regulamentada pelo Decreto Regulamentar n.º 26/2012, de 21 de fevereiro, o qual estabelece o sistema de avaliação do desempenho do pessoal docente da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário.

Assenta na elaboração anual de um relatório que tem por objetivo a identificação de oportunidades de desenvolvimento profissional para o docente e a melhoria dos processos de ensino e dos resultados escolares dos alunos.

É essencialmente um documento de reflexão sobre a atividade desenvolvida incidindo sobre a prática letiva; as atividades promovidas; a análise dos resultados obtidos; o contributo para os objetivos e metas fixados no Projeto Educativo do agrupamento de escolas ou escola não agrupada; a formação realizada e o seu contributo para a melhoria da ação educativa.

 

Como funciona a autoavaliação?

O processo de autoavaliação segue um padrão de espiral evolutiva, no qual se decide o que se vai avaliar, registam as observações, define-se e executam-se estratégias, e se revê a forma como essas ações funcionam através de registos que foram feitos no momento de aplicar as estratégias. Isto leva-nos ao início da espiral e um novo ciclo.

 

1 – Recolha de informação

Antes de poder refletir sobre a atuação da sua equipa, precisa de reunir evidências. Quando pensamos em evidências, tendemos a pensar em Checklist daquilo que foi feito. Contudo, estas podem igualmente tomar a forma de certificados de formação, fotografias de uma área do seu cenário “antes” e “depois” de a ter desenvolvido, feedback da própria equipa sobre o que foi feito, situações/momentos em que identifiquem como dificuldade, sentimentos, necessidades e vontades de transformação que a equipa observe na sala.

Perguntem-se:

  • O que está a funcionar bem?
  • Onde estamos a dedicar mais os nossos recursos e onde podemos incidir mais?
  • Qual o meu papel? Tenho sido eficaz e competente?
  • Como posso aumentar a minha produtividade, da equipa e da escola?
  • O que poderia ser melhorado?

2 –  Pontos fortes e fracos

Dependendo das suas necessidades (e dos níveis de confiança da sua equipa), pode funcionar bem para começar de forma positiva identificar áreas da sua prática que funcionam bem. Pense no porquê da sua confiança nestas áreas – muitas vezes está relacionado com o quão capaz se sente, devido à formação, por exemplo.

Ao olhar para as fraquezas, considere as áreas onde gostaria de melhorar e desenvolver, e o que precisa de acontecer para facilitar isto. Defina prioridades, aquilo que tem mais urgência em ser melhorado ou trabalhado.

 

3 – Mãos à Obra

Ao analisar todos os parâmetros e evidências que temos connosco, e avaliarmos a nossa ação, projeto educativo e outros, é tempo de criar um plano estratégico de mudança e alteração face a tudo o que deve ser mudado/melhorado.

Mais uma vez, em equipa se avalia, e em equipa, juntos, se reformula. O objetivo é que todos possam trabalhar para o bem comum do meio e ambiente educativo para crianças e funcionários, de modo a atingir bons resultados escolares nas inspeções e avaliações de escola.

A ChildDiary tem-se mostrado a ferramenta ideal nos últimos anos para colmatar as lacunas que o papel trazia e as dificuldades sentidas pelas equipas nesse sentido, podendo agora ser tudo feito digitalmente, à distância de um clique, de forma privada e segura.

Não se perde informação crucial, nem há riscos externos de perda, estrago ou extravio da mesma. Os funcionários todos colaboram com a produção dos registos, PCG, PAA, etc, na própria plataforma, e podem imprimir em qualquer momento, mesmo durante inspeções e avaliações de escolas.

A autoavaliação de equipas será aqui feita também, através da opção registo ou avaliação descritiva, onde anteriormente podemos criar os parâmetros avaliativos nos currículos a definir, e consequentemente exportar ou imprimir para entrega.

 

Patrícia Nogueira

Educadora de Infância e Sales Manager

A ChildDiary no processo de autoavaliação:

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