
Tivemos o prazer de entrevistar a Rute Cruz, Coordenadora da creche do Centro Comunitário Paroquial da Ramada.
O Centro já utiliza a ChildDiary há mais de um ano, e nesta entrevista falámos um pouco sobre o antes, durante e depois da plataforma.
Quisemos saber como era o trabalho antes de aderirem à ChildDiary, porque tiveram a ideia de aderirem a uma plataforma digital e como a equipa reagiu, assim como quais foram os obstáculos iniciais à adesão à plataforma…
Que de facto nem tudo foram rosas!
Mas no final, valeu mesmo a pena.
Trata-se de uma história fascinante, que tenho a certeza que vai gostar e tirar valor.
Boa leitura!
O Antes da ChildDiary

Vanessa: Como era a vossa vida antes de terem acesso à ChildDiary, do ponto de vista de comunicação? Como comunicavam com os pais antes?
Rute: Nós comunicávamos por caderno-correio e rotinas à porta da sala, onde mostrávamos tudo o que tinha corrido bem ou mal. Se tinham comido bem ou mal, quantas vezes tinham feito cocó, se tinham dormido bem ou mal, etc.
Vanessa: E o que é que queriam mudar nessa situação?
Rute: Queríamos mudar o caderno-correio, porque havia muitos recados que colávamos e muitos pais não viam ou a informação perdia-se no vai-vem casa-escola. E também acima de tudo achava que era tudo arcaico demais. Estávamos a gastar horas com os cadernos-correio e muitas vezes os pais nem ligavam.
Vanessa: E os cadernos muitas vezes nem chegavam aos pais, não era?
Rute: Sim, por vezes os pais não liam, porque deixavam a mala na creche ou no carro e esqueciam-se, o que é super natural na correria do dia-a-dia..
Vanessa: Preocupavas-te que a tua equipa poderia estar a reclamar sobre isto? O que sentias enquanto gestora de equipa?
Rute: As educadoras não reclamavam muito. A questão era mesmo esta: perceber que os pais não viam os recados, e também porque achávamos que era um método muito arcaico. Nós temos cadernos-correio há 30 anos… Mas também os próprios quadros à entrada da sala por vezes causavam-nos dúvidas se estavam atualizados ou não. Ou seja, se eu não tirasse o ímanzinho no final do dia, no dia seguinte poderia causar dúvida: por exemplo se a criança comesse bem ontem, se eu não tirasse o íman hoje a mãe ia lá ver e ia pensar que a criança também tinha comido bem hoje. E depois a auxiliar ao falar com a mãe (e aqui podem ser auxiliares diferentes, pois as equipas rodam) iria ter um problema de comunicação.
Vanessa: Isso também se deve ao facto de vocês serem muitas?
Rute: Sim, somos uma casa já grande e com uma equipa grande, e temos salas com 1 educadora e 2 auxiliares, o que por vezes criava este choque de comunicação.
Vanessa: E em relação aos pais, alguma vez disseram que queriam ter mais visibilidade do trabalho na sala, ou queriam ter acesso a informação de outra forma?
Rute: Não, eles não se queixavam. Diziam muitas vezes é que a informação não era atual.
Vanessa: E nunca pediram para enviar fotografias no Facebook ou no Whatsapp?
Rute: Não, porque na nossa casa temos uma política de não usar o Facebook nem telemóveis particulares.
Vanessa: Porquê?
Rute: Porque mistura-se o particular com o profissional, e a relação que a equipa tem que ter com os pais é uma relação profissional. Uma coisa é o meu Facebook, aquilo que partilho com os meus amigos, outra é aquilo que partilho com os pais. A única coisa que poderia haver era partilha no Facebook do centro de alguns trabalhos, mas a maioria dos pais não queriam que partilhássemos fotos das crianças. Em vez disso, para facilitar a nossa vida, optámos por apenas pôr as fotografias de atividades nas paredes da creche.
Vanessa: E o processo de avaliação, como era antes?
Rute: Era feita através do perfil de desenvolvimento: avaliávamos a criança, depois era feito o PI e 6 meses depois era revisto o PI. Tudo era feito em papel, claro, e nos nossos cadernos, onde íamos apontando aquilo que víamos nas aquisições das crianças e depois era passado para PI. Só que por vezes, alguns dias não preenchíamos as nossas avaliações, e um mês depois já não nos lembrávamos. Como tal, muitas vezes a avaliação acabava por refletir o último mês, e não os últimos 6 meses como deve ser feito.
Vanessa: Vocês faziam portfólios na creche?
Rute: Os nossos portfólios eram feitos com o trabalho no fim com os resultados. E estes não tinham as aquisições, nem os dias, nem nada disso! Era só mesmo o final, portanto, a aquisição da criança.
Vanessa: Sentias falta de envolvimento dos pais nessa componente pedagógica?
Rute: Sim, porque os pais não estavam presentes todos os dias nessas avaliações. Estavam apenas presentes em Outubro, em Fevereiro e em Julho. Apenas se tivéssemos uma criança que precisasse de outro tipo de avaliação ou acompanhamento, aí sim os pais eram sempre chamados.
Durante a implementação da ChildDiary

Vanessa: E sentias que precisavas de mudar isso? Que querias dar mais visibilidade pedagógica aos pais, ou nem foi uma coisa que te passou pela cabeça?
Rute: Eu quando tive conhecimento da ChildDiary, não foi a vertente das avaliações que me captou a atenção. Aliás, eu nem sabia desta funcionalidade: que sempre que preenchia uma criança nas pastas iria saber qual tinha sido o dia, e que podia ou não partilhar com os pais. O que eu queria era que os pais pudessem estar um pouco mais presentes, no sentido de nos ajudarem também. Por exemplo, às vezes há uma aquisição que não é adquirida por falta de estímulo ou por falta de colaboração entre a equipa e a família. Se os pais estivessem todos os dias connosco, conseguiríamos fazer isso. Mas obviamente isso não é possível.
Vanessa: Estavas ativamente à procura de uma plataforma, ou nós “caímos-te nos braços”?
Rute: Não, não estava à procura. Estava a fazer uma pesquisa normal no meu Facebook, e tive conhecimento de alguém que publicou um artigo sobre a ChildDiary, e resolvi ver o que era. Entretanto, entusiasmei-me e logo nesse dia enviei mensagem.
Vanessa: Qual foi a parte que mais chamou a atenção? A comunicação com as famílias, avaliações…?
Rute: Foi a parte das rotinas e da comunicação com a família. Procurei mais as rotinas por causa do RGPD que trazia alterações e tínhamos que nos adaptar.
Vanessa: Em relação à tua equipa, como é que esta reagiu quando apresentaste esta ideia?
Rute: A equipa reagiu muito bem. Ninguém conhecia, exceto uma educadora que já tinha ido a uma das formações da APEI. Resolvemos mostrar a ideia à direção antes mesmo de falar convosco, que também se prontificou em saber mais. Algumas colegas assustaram-se um pouco ao início com a necessidade de se ajustarem a uma nova tecnologia, mas superaram tudo sem problema nenhum!
O depois da ChildDiary

Vanessa: O que mudou depois de começarem a usar a nossa plataforma? O que é que está a correr bem?
Rute: O que mudou foi esta relação próxima que existe com os pais, seja a nível de recados, de partilhar momentos e avaliações. Não vemos os pais todos os dias (como é normal), mas todos os dias estamos em contacto. Às vezes basta enviar um sorriso e a comunicação faz-se de forma mais contextualizada. Notou-se mais solidariedade entre os próprios pais que estão mais próximos entre eles. Sabe-se em tempo real o que acontece entre eles e nós. Sabemos que os recados chegam aos pais e que mais tarde ou mais cedo eles vão responder. Não precisamos de ficar agarradas ao telemóvel…eles vão responder ao seu tempo. As avaliações são agora muito mais fáceis e proporciona uma relação mais próxima entre os membros da equipa. Estamos a trabalhar para os mesmos objetivos e começou a haver uma cumplicidade maior entre educadoras, o que como coordenadora me agrada bastante. Já não se perde papel …já não se perde informação e há muita partilha entre todos os membros da equipa.
Vanessa: Há pouco referiste que um dos problemas era que chegavas à avaliação de PI e avaliavas apenas o último mês e não os últimos 6 meses. Achas que isso mudou?
Rute: Sim, porque conforme vamos fazendo as actividades e vamos vendo as aquisições, vamos pondo tudo logo na plataforma. Mesmo que não seja em tempo real, passado umas horas ou dias, quando as crianças estão a dormir ou ao final do dia fazemos isso. Quando faço um PI, a minha avaliação reflete o que aconteceu em Setembro, em Outubro….durante os 6 meses…a avaliação já lá está. E consigo perceber os retrocessos, coisa que antes não conseguia de forma tão contextualizada…sem a plataforma eu não me aperceberia dos retrocessos tão facilmente.
Vanessa: E em termos de rotinas, qual foi o impacto?
Rute: Proporcionou aproximação entre educadoras e auxiliares no sentido das rotinas. Há uma interação melhor entre a equipa, havendo reuniões diárias entre educadoras e auxiliares para garantir que os pais não perdem recados e a informação está sempre atualizada.
Vanessa: Achas a plataforma rápida?
Rute: Sim. Às vezes entramos todas ao mesmo tempo às 12.30h ou ao final do dia, o que congestiona um pouco o nosso acesso. Mas dentro da plataforma é super rápida e intuitiva.
Vanessa: Se tivesses que dizer se a plataforma melhorou ou não o vosso trabalho, dirias que sim ou que não?
Rute: Sim, claro que sim! Sem sombra de dúvida. Aconteceu aquilo que os pais queriam a nível pessoal: acesso a um “facebook” de uma educadora, para perceber o que se passa com a criança e ver fotos. Ora isso é o que está a acontecer agora, sem entrar na parte pessoal dos educadores. Por outro lado, houve coisas que eu nem sabia que existiam e que vieram melhorar ainda mais o nosso trabalho, como a questão das avaliações.
Vanessa: Fico contente! E diz-me uma coisa, do ponto de vista da nossa empresa, achas que te apoiámos o suficiente? Houve alguma coisa que gostarias de ver diferente?
Rute: Não, nisso não tenho nada a dizer. Sempre que tivemos dúvidas, até as mais básicas, tivemos sempre o vosso apoio. Até quando eu apaguei as crianças todas! (risos). Na verdade, isto foi um recarregar baterias na nossa profissão. Porque com o passar dos anos ficamos muito agarradas a trabalhar sempre da mesma maneira e isto foi uma lufada de ar fresco que nos veio trazer mais motivação para o nosso trabalho. Trouxe melhor relação com os pais, melhor relação entre as nossas equipas. E por outro lado, trouxe muito menos papel e menos tempo
Vanessa: Quando falamos com novas equipas, um dos bloqueios que muitas vezes nos apresentam é o da tecnologia. Vocês sentiram o mesmo?
Rute: Não, a nossa direção comprou tablets para todas as salas para evitar o uso do telemóvel pessoal. Mesmo as pessoas que não lidam bem com tecnologias, não tiveram problema nenhum. A ChildDiary abre logo diretamente, e todos os botões e passos são muito intuitivos. Na nossa equipa não houve qualquer entrave.
Vanessa: Como coordenadora, utilizas a plataforma para fazer a avaliação do trabalho pedagógico da tua equipa?
Rute: Sim, o que é uma coisa muito boa que pude partilhar com a direção. Temos acesso a todas as publicações, e se tivessem sido publicadas em cadernos muitas vezes eu não teria tido acesso e não conseguiria apoiar a minha equipa da forma como consigo agora. Conseguimos também ter uma visão se o projeto está a ser cumprido ou não. É muito mais fácil do que no final do ano entregar a avaliação à educadora a nível de projeto e desempenho, a própria avaliação de desempenho profissional vai sendo feita de forma contínua e partilhada entre quem interessa. É feita regularmente e conseguimos identificar logo se existe algum problema.
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