Nos dias que correm, a grande maioria das crianças realiza a grande maioria das suas refeições diárias (lanches e almoço) nos colégios, uma vez que é lá que passam a grande parte do seu dia.

Contudo, a verdade é que existe ainda por parte de muitos colégios e escolas uma falta de sensibilização relativamente a este tema.

Não é raro assistirmos a notícias ou fotografias de pais “revoltados” nas redes sociais ementas  onde as crianças estão sujeitas a alimentos que não são de todo aconselhados para a sua idade (como é o caso de fritos ou excesso de doces, papas açucaradas, bolachas, etc) de forma consecutiva.

Com o aproximar do Dia Mundial da Alimentação (16 de Outubro) é comum educadores e profissionais em contexto escolar dinamizarem atividades de sensibilização alimentar, tais como projetos sobre a Roda dos Alimentos e a importância de uma vida saudável.

Contudo, este artigo surge por acreditar que a promoção de hábitos alimentares saudáveis vai muito para além daquilo que tentamos transmitir nas nossas salas de creche ou pré-escolar.

É urgente promover estes hábitos nas cantinas, nas ementas que se apresentam diariamente às crianças.

Cada vez mais os adultos começam a importar-se com a sua própria alimentação, promovendo em casa um estilo de alimentação mais saudável e nutricionalmente mais completa.

E, na verdade muitos colégios também estão a começar a implementar uma alimentação mais variada e saudável (em muito, devido ao elevado número de crianças que é alérgico à lactose ou ao glúten ou que tem qualquer outra patologia relacionada com a alimentação). Recorrendo a nutricionistas ou ementas cada vez mais alternativas e diversificadas.

Assim sendo, é importante salientar que a promoção da saúde é cada vez mais uma estratégia importante e que pode na grande maioria dos casos fortalecer o caracter preventivo de determinadas patologias (como é o caso da crescente obesidade infantil).

Uma das estratégias mais efetivas para a promoção da saúde junto das crianças é a combinação de um apoio educacional e ambiental, envolvendo diversas dimensões (como a família e a escola). Por que não convidar um nutricionista para um workshop com pais?

Assim sendo, a educação nutricional pode ser considerada uma componente decisiva na promoção da saúde, não só nas crianças como nos adultos.

A escola é um espaço privilegiado para construção e consolidação de hábitos alimentares mais saudáveis nas crianças, pois é um ambiente em que as atividades realizadas podem ter repercussões positivas para toda a vida.

Isso acontece, pois, a quantidade e qualidade dos alimentos ingeridos no meio escolar, tem um impacto extremamente elevado na saúde e no bem-estar das crianças e dos jovens.

Assim sendo, é importante que as escolas promovam (e implementem) hábitos alimentares saudáveis, que devem ter como principais intuitos:

•         Melhorar o estado de saúde global das crianças;
•         Inverter a tendência crescente de perfis de doenças como é o caso da obesidade, diabetes tipo II, cáries dentárias, doenças cardiovasculares e outras…
•         Colmatar carências nutricionais de uma população  mais carenciada, fornecendo-lhes os nutrientes e a energia necessários;
•         Promover a saúde dos jovens através da Educação para a Saúde, especificamente em matéria de Alimentação Saudável e Atividade Física.

Assim sendo, os colégios, enquanto espaços educativos e promotores de saúde e aprendizagem, devem criar continuamente cenários que promovam uma alimentação saudável.

A mesma deve ser realizada, não só através dos conteúdos “escolares”, como também da promoção de hábitos alimentares saudáveis nas cantinas/refeitórios, para que as crianças, possam começar desde cedo a fazer escolhas mais saudáveis em detrimento de más escolhas alimentares.

A implementação de hábitos alimentares mais saudáveis nas crianças é, por isto, um trabalho a ser implementado de forma articulada entre escola e famílias.