No live webinar “Juntos pensamos o novo ano letivo” os oradores trouxeram dicas, estratégias e boas práticas para os educadores iniciarem o ano com mais ânimo. Espreite o resumo!
Foi há um 1 mês que a ChildDiary e a ChildDiary Webinars organizaram um Live Webinar exclusivo para as equipas pedagógicas. Juntámos cerca de 400 pessoas numa manhã repleta de conhecimento!
Transições em Educação de Infância
O tema “Transições em Educação de Infância” foi o primeiro abordado neste Live Webinar com o convidado Miguel Oliveira, Educador de Infância e Docente na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria.
Miguel Oliveira começou por salientar a importância das próprias escolas refletirem se estão preparadas para receber a diversidade de crianças que existe (na sua individualidade, características, identidade)!
“As crianças não têm de estar prontas para uma etapa seguinte, não há condicionais!”
Miguel Oliveira, “Juntos pensamos o novo ano letivo”
Este orador trouxe-nos as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (2016) e iniciou a sua apresentação com a contextualização dos conceitos “Transições Verticais” e “Transições Horizontais”, frisando depois algumas questões importantes:
Estratégias para Transições na Educação Pré-Escolar
O orador mencionou que as crianças têm de ser felizes em cada uma das etapas e quando isso acontece, a etapa seguinte tem mais probabilidade de correr melhor!
Veja as Estratégias que nos apresentou o professor para transições na Educação Pré-Escolar:
- Participação dos pais/famílias;
- Contacto com outros educadores que intervieram na Educação da Criança;
- Observar os comportamentos de cada criança;
- Prever uma entrada faseada/progressiva;
- Pedir a colaboração das crianças mais velhas ou que já frequentaram o jardim de infância no ano anterior;
Transição para escolaridade obrigatória
Frisou de seguida, a importância da articulação entre docentes, nomeadamente a comunicação e trabalho entre Educadores e Professores do 1º Ciclo do Ensino Básico e deu-nos três pontos fulcrais a seguir:
- Envolvimento das crianças (conversar com as crianças sobre a transição)
- Facilitar a transição ao nível organizacional
- Participação das famílias
Sugestões de Reflexão
Miguel Oliveira mostrou-nos importantes reflexões segundo as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (2016), destacamos algumas:
- Como são incluídos na rotina diária momentos que facilitem as transições horizontais (de casa para o jardim de infância, do tempo letivo para o tempo não letivo)?
- Que estratégias são utilizadas para apoiar as articulações verticais (entre a família ou creche e o jardim de infância e entre este e o 1.º ciclo)? O apoio a estas transições está previsto no projeto curricular de grupo?
- Como são envolvidos os profissionais que trabalham com o grupo de crianças no planeamento e no processo de acolhimento das crianças que chegam de novo ao jardim de infância? As crianças mais velhas, ou que já frequentaram o jardim de infância, também participam nesse acolhimento?
Aspetos a ter em conta
O primeiro orador, Miguel Oliveira, finalizou a sua apresentação destacando 4 aspetos fundamentais nas transições:
- A ideia de criança que têm educadores e professores
- Trabalho colaborativo com famílias e outros profissionais
- As crianças para aprenderem têm que estar felizes em cada um dos contextos
- Combater a teoria da prontidão
Leitura sugerida
Intencionalidades pedagógicas em creche e JI: como planear, organizar e documentar processos
O segundo tema “Intencionalidades pedagógicas em creche e JI: como planear, organizar e documentar processos” foi apresentado pela oradora Lara Custódio, Educadora de Infância e autora da página “Assim Se Cresce”.
Começou por dar um contexto do seu percurso e alguns fundamentos teóricos que sustentam a sua ação pedagógica, abordando os seguintes tópicos:
A Imagem da Criança
Lara Custódio, descreveu a “Imagem da Criança” que defende:
“A criança é…”
- Capaz de construir o seu desenvolvimento e aprendizagens;
- Sujeito e agente do processo educativo – capaz de produzir cultura;
- Ativa, potente e que aprende conferindo significado às suas experiências e vivências partindo do que já sabe e das suas potencialidades;
…
O Papel do Educador
Segundo Lara Custódio, é necessário entender o seu papel enquanto Educador. Não basta ver a criança como um ser ativo e que participa nas suas aprendizagens é necessário que o educador também esteja em constante aprendizagem!
Algumas características do educador que nos apresentou:
- O Educador é investigador, curioso, competente, observa e cria contextos ricos que permitam à criança explorar e ampliar as suas teorias;
- Mediador, impulsionador da aprendizagem e desenvolvimento das crianças;
- Observar e escutar as crianças em ação, sem interferir (em demasia) nas suas ações e interações. Planear com base nessa observação e escuta, novos contextos e propostas com forte intencionalidade pedagógica
Lara Custódio afirmou, ainda, que não há planeamento possível sem observação e escuta, deixando-nos a frase:
“A escuta é um processo contínuo de abertura ao outro e a si mesmo, de reconhecimento, aceitação e valorização de diferentes pontos de vista, formas de ser e de estar (…) é um processo recíproco que abrange quem escuta e quem é escutado, reconhece o direito das crianças, dos educadores e dos pais à participação” (Oliveira-Formosinho & Araújo, 2018, p. 108)
Planear com intencionalidade: principais documentos que orientam a prática no quotidiano
- Projeto Curricular de Grupo (Ministério da Educação, Ensino Pré-Escolar) ou Projeto Pedagógico de Sala (Creche) – articulado com o Projeto Educativo da Escola
- Plano Anual de Atividades
- Planeamento do Quotidiano/Planificações
Documentação Pedagógica
No final da sua apresentação explicou a importância de documentar, nomeadamente para: monitorizar o desenvolvimento dos percursos dos projetos, envolver as famílias nas
experiências de aprendizagem e nas relações das crianças, alimentar perguntas e
curiosidades que permitam ampliar conceitos e teorias, entre outros!
“A documentação também serve para promover a autonomia das crianças e o seu desenvolvimento. (…) Eu não tenho de planear para a criança no fim do ano saber fazer, eu tenho de planear para o agora, para aquilo que ela está curiosa para aquilo que está desperta a aprender (…)”
Lara Custódio, ”Juntos pensamos o novo ano letivo”
Leitura sugerida
O papel do educador de infância na organização do espaço da sala
O último orador foi Fábio Gonçalves, Educador de Infância e Professor de 1º ciclo e autor do blog Apontamentos de Educação e Infância. Falou-nos do tema “O papel do educador de infância na organização do espaço da sala”.
Começou por abordar a mudança do paradigma transmissivo (de que a criança apenas aprendia na escola) afirmando que a aprendizagem não acontece apenas na escola mas também noutros contextos!
De que forma o espaço potencia a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças?
O orador destacou, que o espaço por si só não é educador, mas aquilo que fazemos dele é que pode transformá-lo num importante aliado!
E que quando há uma intencionalidade educativa clara daquilo que se pretende no espaço e daquilo que queremos promover, a organização que fazemos pode facilitar a promoção de múltiplas linguagens e potenciar novos processos de aprendizagem pelas crianças.
Referiu ainda, que a organização do espaço é a expressão das intenções do educador e a sua identidade profissional!
As intenções do Educador para a organização do espaço
Fábio Gonçalves salientou que se deve ter como base as questões: “que intenções temos, que intenções queremos ter? E que adultos queremos educar?“
Reforçou também, que a organização do espaço pode fazer uma diferença abismal naquilo que as crianças são e que depois se vão tornar na idade adulta. Apresentando características que queremos que as crianças tenham:
- Com agência;
- Que questionem;
- Respeitadoras;
- Autónomas;
- Cidadãs;
- Que não sejam mini adultos;
- Confiantes;
- Criativas;
- Responsáveis;
- Pensadoras;
- Que saibam argumentar;
- Com pensamento crítico;
- Que gostem de aprender;
- Curiosas;
“É muito importante que pensemos nos adultos que as crianças que estamos a educar se vão transformar.”
Fábio Gonçalves,”Juntos pensamos o novo ano letivo”
O papel do educador na organização do espaço?
Fábio Gonçalves destaca que o papel do educador é dar resposta aos princípios da pedagogia da infância, ir ao encontro daquilo que se espera na educação das crianças no Século XXI e agir de acordo com modelos participativos também na organização do espaço.
O que deve ter em conta o Educador no que toca à organização do espaço:
- Fomentar a descoberta, ação e experimentação
- Promotor da pesquisa e investigação
- Com recursos de fim aberto (objetos que potenciem a imaginação)
- Promotor de linguagens múltiplas
- Que permita um brincar livre
- Promotor da autonomia
- Que possibilita novas experiências
- Que não aprisione, mas seja libertador! (deixar de pensar num currículo formatador)
- Que inclua o exterior como espaço pedagógico
Pontos a reter para a avaliação do espaço:
- O espaço é atrativo?
- Há variedade de atividades a realizar?
- As crianças podem aprender pela descoberta?
- O espaço é promotor da autonomia?
- O espaço cria oportunidades de aprendizagens?
- Os materiais estão acessíveis às crianças?
- O espaço proporciona experiências desafiantes?
- O educador é mediador ou transmissor?
Leitura sugerida
Um evento que foi um sucesso!
Resumindo, foi um evento que correu acima das expectativas com muitas trocas de ideias, experiências e feedbacks muito positivos dos profissionais de Educação de Infância. E de facto “Pensámos” e “Repensámos” o novo ano letivo. Obrigado!
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Cátia Barbosa
Especialista de Marketing