As Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação têm revolucionado a sociedade do século XXI, nas suas esferas pública e privada, propondo novas formas de aceder à informação, de construir e partilhar o conhecimento, de interagir, socializar – em suma, de comunicar.
Envoltas na controvérsia de um balanço difícil entre benefícios e riscos para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, como também para as práticas sociais e profissionais dos adultos que os preparam para o futuro, a Educação não poderia dar um passo em frente, acompanhar e, desejavelmente, antecipar os novos tempos, sem uma abertura às potencialidades que as Novas Tecnologias oferecem, colocando-as ao serviço das crianças, docentes, administrativos e encarregados de educação.
A chegada dos tablets
Se os computadores já fazem há algum tempo parte do cenário quotidiano de infantários e de algumas salas, a novidade tem sido a introdução de tablets e o seu uso por parte de docentes e pais, na gestão das atividades educativas e na comunicação escola-família. Este é um dos objetivos que as mais recentes plataformas digitais, como a ChildDiary, se colocam, procurando investir no envolvimento parental e, simultaneamente, reduzir o tempo das tarefas escolares diárias. Uma das suas mais-valias é a partilha rápida e confidencial de fotografias, vídeos, avaliações, informações, etc., o que permite aos pais acompanhar e envolverem-se no processo ensino-aprendizagem dos seus filhos.

As tecnologias valem a pena?
Poderíamos, com legitimidade, interrogar-nos sobre os aspetos práticos da implementação deste novo tipo de rotinas, com suporte eletrónico, que requerem toda uma nova preparação e adaptação dos seus utilizadores, tanto no ambiente de escola como no contexto familiar. Existem resistências, dificuldades? Acaba por se despender mais tempo nos registos diários? As relações tornam-se mais impessoais? Instala-se um maior distanciamento entre os agentes educativos? Há alguma perda na qualidade da comunicação?
Todas estas são perguntas válidas, que têm sido consideradas na análise das primeiras experiências envolvendo os mais recentes equipamentos tecnológicos e procedimentos educativos. No entanto, e contrariando um certo ceticismo instalado, a conclusão a que se chega não deixa margem para dúvidas, comprovando que plataformas educativas como a ChildDiary concretizam efetivamente as metas a que se propõem.
Benefícios
Apesar de alguma resistência inicial, mais visível no grupo dos docentes, assim que os primeiros constrangimentos são ultrapassados – muitas vezes com recurso à formação – as vantagens do uso de plataformas educativas digitais são imediatamente reconhecidas e acolhidas de bom grado. Entre elas, contam-se:
- Promove o envolvimento parental;
- Facilita a recolha e organização da informação relevante para planamento e avaliação;
- Centralização dos canais de comunicação escola-família;
- Facilita a elaboração dos portfólios;
- Reduz o tempo despendido com as avaliações;
- Facilita a recolha de registos de observação individuais e de grupo contextualizados ao longo do tempo;
- Potencia a avaliação contínua, formativa e construtiva;
- Reduz o tempo despendido com o registo de rotinas diárias e recados para as famílias;
- Garante privacidade;
- Promove a introdução das crianças no uso das novas tecnologias, com a monitorização dos seus responsáveis educativos.

Primeiro estranha-se, depois entranha-se
A aceitação que creches, jardins-de-infância e os educadores têm demonstrado vem-se estendendo às famílias, que admitem (e adoram!!!) a utilidade deste tipo de ferramentas e manifestam pronta adesão, utilizando-as inclusive para contactos diários mais espontâneos e informais com os educadores dos seus educandos.
Quanto às desvantagens das plataformas digitais, à parte da estranheza inicial que ainda poderá sentir-se perante a imagem de um educador a utilizar um tablet no espaço de sala de aula, a única apontada é o risco de falhas de rede que impeçam o envio da informação diária programada. Este é, porém, um risco que todos os intervenientes estão dispostos a correr, por considerarem as vantagens bem mais significativas.
Conclusões
Podemos concluir que a snovas tecnologias vieram para ficar e que, inegavelmente, vieram transformar a forma como comunicamos, estamos e até trabalhamos. Acredita-se que a escola, entenda-se como conceito que também abrange a primeira infância, que não adoptar as novas tecnologias e não as utilizar na promoção de aprendizagens com as crianças e na facilitação do seu trabalho docente tornar-se-á obsoleta.
Na verdade, por exemplo, vamos ao restaurante e apresentam-nos a conta num tablet, vamos ao hospital e médicos e enfermeiros caminham de tablets na mão onde monitorizam as informações relativas aos utentes, etc. Então porque não podemos nós, educadores de infância, usufruir de ferramentas digitais pensadas única e exclusivamente nas nossas necessidades e por isso mesmo utilizáveis em tablets ou telemóveis ao longo do dia? Isto porque é impensável aceder a um computador, ainda que em sala, para registar uma muda de fralda, um registo de observação, etc.
Foi por isto que desenvolvemos na minha sala a ChildDiary – uma ferramenta digital que permite aos educadores e aos colégios reduzir tempo e melhorar os procedimentos avaliativos e de comunicação.